sexta-feira, 30 de abril de 2010

hereditariedade e genética são sinônimos ?

Em vários ramos da ciência, principalmente nas ciências biológicas, não é nada incomum vermos os termos hereditário e genético tratados como sinônimos, utilizados nas mesmas situações e de forma perfeitamente intercambiável. Tecnicamente falando, contudo, essa liberdade não existe, e seu uso pode acarretar uma série de mal-entendidos, alguns definitivamente sérios. Na maioria dos casos, o hereditário (do latim heres, herdeiro) é também genético (a partir do grego γεννα, “família”), mas há situações em que o objeto, caráter ou fenômeno pode ser genético sem ser hereditário, e outras em que pode ser hereditário sem ser genético.
Genético refere-se a uma propriedade determinada, direta ou indiretamente, pelos genes do organismo, fenotipicamente observada pela ocorrência de seus produtos protéicos ou pela conseqüência da atividade destes. Uma vez que os genes são (normalmente, mas nem sempre…) oriundos dos progenitores, dizer que o número de dedos das mãos é um caráter genético, ou seja, determinado pelos genes, significa dizer que tal caráter é passado dos pais para o filho, posto que os genes do filho são provenientes de seus pais. Mas não é lícito concluir só por isso que tudo o que é transmitido dos progenitores para o descendente é genético. No meu entender, o termo hereditário cumprirá este papel. O hereditário, assim, é o que me é transmitido pela ascendência, o que passa dos pais para o filho.
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Hereditariedade

A hereditariedade é um fenômeno que representa a condição de semelhança existente entre ascendentes (geração parental) e descendentes (geração filial), através da contínua transferência de instruções em forma de código (as bases nitrogenadas), inscritas no material genético (molécula de ácido desoxirribonucléico), orientando a formação, desenvolvimento e manutenção de um ser vivo.
Para nós, contemporâneos, a hereditariedade é um fato facilmente de ser percebido e também explicado: basta observar a semelhança entre pais e filhos, ou mesmo entre irmãos; e se lembrar de algumas aulas de Ciências e Biologia.
Entretanto, há alguns milênios, os antigos ainda não conheciam tais mecanismos, e se preocupavam em buscar explicações para tal. A pangênese, por exemplo, foi uma hipótese proposta pelo filósofo grego Hipócrates, aproximadamente 410 anos a.C.. Segundo ela, cada órgão do corpo produziria um material hereditário específico: as gêmulas. Estas se agregariam, e tal conjunto seria, então, encaminhado ao sêmen, transmitindo as características paternas ao futuro filho. Foi este mesmo filósofo o precursor da teoria dos caracteres adquiridos, futuramente adotado por Lamarck. Décadas depois, Aristóteles propôs que tanto pai quanto mãe eram responsáveis pela liberação de material genético para as novas gerações, pela mistura de sangues: o sêmen (purificado) e sangue menstrual feminino.
Ele argumentava, ainda, que a pangênese era inconsistente, por não explicar, por exemplo, um indivíduo com características semelhantes às dos avós, e inexistentes nos pais; ou mesmo o fato de plantas mutiladas produzirem descendentes íntegros.
Finalmente, em 1667, Leeuwenhoek descobriu a presença do espermatozóide no sêmen, associando ele à formação dos seres vivos. Apesar de muitos contatarem esta idéia, outra corrente de pesquisadores conseguiu até mesmo visualizar pequenos seres no interior de cada espermatozóide: hipótese pré-formista.
Entretanto, foi somente no século XIX, com avanços na área da microscopia, que percebeu-se que óvulos e espermatozóides, fecundados, davam origem a novos indivíduos. Mais tarde, o monge Gregor Mendel foi capaz de reconhecer a segregação independente; propiciando o surgimento da Genética moderna e a consolidação da teoria cromossômica da herança.
A partir da década de 40, novas descobertas foram feitas: a influência do DNA como responsável pela transmissão de caracteres hereditários e sua dupla hélice; o código genético; e a capacidade de se isolar e transplantar genes.
http://www.brasilescola.com/biologia/hereditariedade.htm